Vieses Cognitivos: como eles interferem nos seus investimentos

Sumário

Tempo de leitura: 3 minutos.

Você pensa que as pessoas são racionais quando o assunto é dinheiro? Então é hora de rever alguns conceitos. As decisões financeiras que tomamos são influenciadas pelos nossos vieses cognitivos, que são estudados até mesmo pela área da psicologia.

O campo da psicologia financeira combina a economia com a ciência cognitiva. Ela explica nossos comportamentos irracionais na gestão do risco e a influência da psicologia humana nas nossas decisões relacionadas ao dinheiro.

Um dos teóricos mais importantes dessa linha de pesquisa é Richard Thales, economista americano que recebeu o Nobel de Economia em 2017. Quando questionado por jornalistas sobre como gastaria o prêmio de U$ 1,1 milhão, Thaler respondeu: “vou tentar gastar da forma mais irracional possível”.

Mais do que uma resposta bem-humorada, ela reforça a ideia básica de seus estudos: questões subjetivas pesam nas escolhas humanas, até mais do que a racionalidade.

A seguir, vamos entender como os vieses cognitivos interferem nos seus investimentos!

O viés cognitivo de aversão à perda

Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2022, e importante teórico da economia comportamental, desenvoleu a Teoria do Prospecto, em parceria com Amos Tversky.

Segundo o estudo, as pessoas têm perspectivas diferentes sobre seus ganhos e perdas.

Assim, a teoria propõe o conceito de aversão à perda, uma forma assimétrica de aversão ao risco. Ou seja, uma perda tem um impacto maior sobre o nosso emocional do que um ganho de mesmo valor.

Logo, podemos dizer que você tentará evitar uma perda mais do que tentará correr atrás de um ganho.

Entenda mais sobre os vieses cognitivos

Vimos que as decisões individuais de consumidores e investidores impactam diretamente na economia. Por isso é tão importante entender os vieses cognitivos que guiam nossos comportamentos.

A seguir, vamos falar de alguns dos principais vieses cognitivos:

Viés de Confirmação

Este viés cognitivo faz com que você só consiga enxergar aquilo que confirma suas opiniões. Trata-se de uma tendência a processar novas informações de modo que sejam compatíveis com aquilo que você deseja que aconteça.

Por exemplo, quando você está comprado em uma ação, costuma dar mais importância para as notícias boas e desconsiderar outras.

Assim, você pode estar deixando de ver sinais que indicam a venda do ativo, por exemplo.

Viés do Autocontrole

De forma resumida, esse viés faz com que excessos sejam cometidos, devido a falta de capacidade de controlar impulsos.

Por exemplo, você pode dar um tempo na dieta por um ou dois dias por acreditar que tem força de vontade o suficiente para voltar para ela e, assim, acabar adiando esse retorno e eventualmente, desistindo.

O viés do autocontrole explica o porquê de dependentes químicos terem tanta dificuldade em admitir que têm um problema. É o famoso “eu paro quando quiser”.

Este padrão é muito comum entre traders que acham que é seguro operar sozinho. Muitos acham que podem ler dezenas de sites e blogs, acompanhar relatórios, indicadores e analisar gráficos de dezenas de papéis. Tudo isto antes do pregão abrir.

Superestimar o autocontrole pode te levar a correr riscos desnecessários e até mesmo se expor a maiores perdas.

Viés de Sobre-Reação

Neste viés cognitivo, você tende a focar nas notícias e informações mais recentes e tomar conclusões desproporcionais a partir delas.

Ou seja, essa resposta exagerada é parte do que provoca as altas e baixas nas ações até que elas retornem ao seu valor intrínseco.

Viés de Ancoragem

Já ouviu a frase “a primeira impressão é a que fica”? O viés cognitivo de ancoragem é justamente a dificuldade sentida para nos desfazer dessa impressão inicial.

Isto é, suponha que o preço de uma determinada ação atingiu a sua mínima histórica após anos, sendo negociada a um preço de R$ 5,00.

Você pode considerar atrativo comprar a este preço, pois está ancorado nesse patamar. Mas realizar a compra simplesmente porque o papel está em baixa sem levar em conta todo o contexto pode ser um péssimo negócio.

Comportamento de manada

O comportamento de manada é a tendência de seguir a maioria, o famoso “Maria vai com as outras”.

Por exemplo, você se lembra do programa Show do Milhão? Nele, os participantes contavam com vários tipos de ajuda. Em uma delas, a plateia levantava placas numeradas, referentes ao que acreditavam ser a alternativa correta. Geralmente, o participante ia naquela alternativa escolhida pela maioria.

É justamente esse comportamento que gera as chamadas bolhas especulativas.

No início de uma bolha, um grande volume de investidores compram um certo ativo, e esta valorização faz com que ele pareça uma boa oportunidade de investimento.

Assim, o papel passa a valer cada vez mais, muito acima de seu valor intrínseco, até que a bolha inevitavelmente estoure numa queda brusca, gerando grandes prejuízos.

Excesso de confiança

Esse é um dos vieses cognitivos mais perigosos. Quando você se expõe demais a uma ação, subestimando os riscos envolvidos, pode ser um caso de excesso de confiança.

Por exemplo, muitas vezes você pensa que já sabe tudo e que pode vencer o mercado sozinho. Guiado por esse viés, o investidor é levado a acreditar que suas capacidades e resultados estão acima do esperado, quando na realidade, o cenário é outro.

Uma forma de evitar que isso aconteça é contando com um assessor de investimentos. O assessor é aquele que vai estar ao seu lado na sua jornada no mercado, e se colocar entre você e os seus vieses coginitivos.

É normal deixar as emoções tomarem conta quando o assunto é dinheiro. Mas um bom assessor pode te ajudar a enxergar de forma mais objetiva e te dar a paz de espírito de ter alguém qualificado cuidando dos seus investimentos.

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